terça-feira, dezembro 28, 2004
Mais papistas que o papa?
Estou em estado de choque depois de ler um artigo no Cafe Hayek a defender a não intervenção na regulação dos preços nos paises afectados pelo tsunami. Quando penso que a estupidez humana não pode ser ilimitada acontece sempre algo que me faz mudar de opinião. Os preços salvam tudo? Os preços resolvem o problema? Os preços são sempre mas sempre o melhor mecanismo? Eu que não li Hayek, mas que pelo percebi da apresentação feita uma vez pelo Nuno, até o próprio defendia a "regulação" em casos de economia de guerra a pergunta que se impõe é, não será esta catástrofe em que de certeza morreram mais pessoas do que qualquer guerra num passado recente equiparável a uma situação de guerra e por tal exija mesmo para as mentes mais liberais uma intervenção reguladora por parte das autoridades?
Post-scriptum: Agradeço ao Economia Pura por me ter feito chegar ao artigo referido.
Comments:
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Eu também li esse artigo... É mesmo impressionante... Talvez o argumento mais ridiculo é o de que com o aumento dos preços de determinados bens, os consumidores tenderão a racionar o seu consumo (isso é bom?)
Em situações de catástrofe podem criar-se tais desequilíbrios entre oferta e procura de certos bens que os preços de equilíbrio subam para valores especulativos, impedindo o acesso a eeses bens por parte daqueles que, precisamente, sofreram mais com a catástrofe - caso de bens alimentares, por exemplo - ampliando as consequências da catástrofe.
Nestes casos os produtores que podem oferecer esses bens conseguem obter ganhos estraordinários que nada têm a ver com a sua eficiência económica. Portanto pontualmente, para certos bens essenciais à vida, pode justificar-se o controlo de preços. O que o artigo do Cafe Hayek prescreve é que não deve haver qualquer controlo.
O raciocínio de Dan Bourdeaux é apenas uma consequência dos pressupostos de que a intervenção do Estado é sempre má (ineficiente) e que o mecanismo de mercado (via preços) constitui sempre a melhor via (a mais eficiente) para a resolução dos problemas económicos - algo que nunca foi provado e a que os hayekianos chegam apenas por pura dedução.
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Nestes casos os produtores que podem oferecer esses bens conseguem obter ganhos estraordinários que nada têm a ver com a sua eficiência económica. Portanto pontualmente, para certos bens essenciais à vida, pode justificar-se o controlo de preços. O que o artigo do Cafe Hayek prescreve é que não deve haver qualquer controlo.
O raciocínio de Dan Bourdeaux é apenas uma consequência dos pressupostos de que a intervenção do Estado é sempre má (ineficiente) e que o mecanismo de mercado (via preços) constitui sempre a melhor via (a mais eficiente) para a resolução dos problemas económicos - algo que nunca foi provado e a que os hayekianos chegam apenas por pura dedução.
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