quarta-feira, dezembro 29, 2004

 

Os homens do presidente

Ontem vi mais um episódio da excelente série "Os homens do presidente" que a TVI faz o favor de transmitir embora a horas pouco convidativas, mas o importante deste episódio para mim foi quando o "escrivinhador" de discursos explica o sistema progressivo de impostos a uma jovem estagiária. Fala da ideia do John Rawls "véu da ignorância", o mecanismo é simples: os jogadores decidem as regras antes de saber que papel vão desempenhar no jogo. A transposição é ainda mais simples, suponhamos que decidimos as regras de um sistema fiscal sem saber como vamos ser na sociedade e que rendimentos vamos auferir, a solução é trivial os agentes são avessos ao risco (adoro quando alguns começam a criticar esta hipótese...) logo escolhem um sistema progressivo. Eu vou mais longe e uso o véu da ignorância para a existência de um estado providência. Adoro o véu da ignorância, adoro John Rawls, um mecanismo tão simples e por muito que tentem não o conseguem destruir. É um dos casos quando a ciência tem uma beleza artistica.

 

Ano novo vida nova...

Se há coisas em que acredito ou defendo é que o estado deve ter um papel regulador e que a iniciativa privada deve ser encorajada. De qualquer das coisas deixo aqui um contributo com algumas questões do Compromisso Portugal neste Dezembro, algumas de mais interesse para este blog que outras. De qualquer das formas que o novo ano traga mais competência.

 

Novo ponta direita

É epoca de contratações.Abriu o mercado de inverno.Aqui na ordem contratamos um reforço para a nossa até aqui desfalcada ala liberal. Esta jovem promessa do Bloguismo lusitano já estava referenciado pelos nossos olheiros desde o início da nossa aventura, porem a burocracia havia impedido a sua participação desde o começo.Não há tempo a perder Luis, toca a escrever!


 

Posta restante

Voltando um pouco atras, respondo agora às duvidas levantadas por um anónimo-não-tão-anónimo-quanto-isso.
Ora bem, parece-me que o que te preturba é essa grande questão existencial: "Poderá algum economista, além de prefilhar a ideologia comunista, ser membro do PCP?"
Respondo, como da primeira vez, agora sem recorrer a personificações: Não vejo porque não.
Alías nem vejo qual a justificação da tua indagação. O Comunismo ( e eu de comunismo não sei quase nada, falo apenas do que penso) não é a negação da Economia. Nem sequer da economia de mercado (convem não esquecer os mercados de concorrencia imperfeita), será tão só a negação da economia capitalista. A existencia de uma Economia é independente do sistema no qual esta se insere, ou seja, não é pela existencia de um sistema de produção "comunista" que deixa de haver papel para um economista desempenhar. Por esta ordem de razão não vejo qualquer razão para um economista não poder ser membro do PC. Posso ver é razões para por em causa a militância (em geral) no actual PC, mas isso são contas de um rosário que não o meu...

terça-feira, dezembro 28, 2004

 

Mais papistas que o papa?

Estou em estado de choque depois de ler um artigo no Cafe Hayek a defender a não intervenção na regulação dos preços nos paises afectados pelo tsunami. Quando penso que a estupidez humana não pode ser ilimitada acontece sempre algo que me faz mudar de opinião. Os preços salvam tudo? Os preços resolvem o problema? Os preços são sempre mas sempre o melhor mecanismo? Eu que não li Hayek, mas que pelo percebi da apresentação feita uma vez pelo Nuno, até o próprio defendia a "regulação" em casos de economia de guerra a pergunta que se impõe é, não será esta catástrofe em que de certeza morreram mais pessoas do que qualquer guerra num passado recente equiparável a uma situação de guerra e por tal exija mesmo para as mentes mais liberais uma intervenção reguladora por parte das autoridades?
Post-scriptum: Agradeço ao Economia Pura por me ter feito chegar ao artigo referido.

 

Nunca pensei tal coisa, logo nós que preparamos as coisas a tempo...

"Portugal tem falta de capacidade de resposta em caso de terramoto"

segunda-feira, dezembro 27, 2004

 

Do ano que acaba

O ano vai acabar e vai começar um novo e já começam as análises do ano que acaba e do que vai começar, por agora vou apenas deixar algumas das coisas que gostei neste ano e que merecem destaque (duas artes e um entretenimento):
Música: "Humanos", eu de António Variações só conhecia as frases que toda a gente conhece como "quando a cabeça não tem juizo...", não sou grande apreciador de musica e muito menos entendido mas ao ouvir este cd (e já o ouvi dezenas de vezes) assaltam-me duas perguntas, i) porque não canta mais vezes o David Fonseca em português?, ii) porque não canta outras coisas sem ser fado o Camané?
Livro: Não costumo acompanhar as publicações recentes dos livros assim que o destaque vai para um escritor que "descobri" em março o Enrique Vila Matas e que num espaço de 3 meses li 8-10 livros dele. No entanto o melhor livro que li neste ano foi o "Ensaio Sobre a Cegueira" o que me irrita bastante porque me custa adorar um livro do Saramago, logo eu que não gosto do Saramago (pessoa).
Filmes: Aqui posso não escolher mesmo aquilo que mais me marcou porque o cinema tem um carácter mais passageiro (dai uma das razões para não considerar uma arte) e de entretenimento, mas pelo que me recordo os filmes que mais gostei foram: Na terra da abundância, e Wilbur quer matar-se

 

Justificação

Pedimos desculpa por não termos escrito durante estes dias para o blog mas estivemos em reflexões intelectuais mais profundas a ver: Bacalhau, filhozes, peru, bolo rei (agora sem o brinde), arroz doce, bolos diversos, vinho, e outras temáticas do mesmo género. Mas estamos de regresso e com novidades, durante os próximos dias cada um dos bloguistas vai escrever um artigo sobre o ISEG, a escola a que todos pertencemos, o jsilvestre já não porque já se licenciou mas andou lá.

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