terça-feira, janeiro 04, 2005

 

Direito de resposta e a minha sorte

Antes de sair de férias deixei aqui um post sobre o John Rawls e devo admitir que continha dentro uma provocação implícita ao Nuno. Ele viu e percebeu, mas mordeu o isco nas partes com veneno e para minha sorte mordeu num sitio em que eu avisei que ia acontecer (aversão ao risco). Mas a minha grande sorte foi que o Nuno se quis vingar e deixou um post a criticar o Keynes (o senhor da foto), ou mais precisamente o Keynesianismo (na versão que ele julga conhecer), com argumentos que me ajudam a criticar a resposta dele ao Rawls.
Um critério de justiça para ser realmente de justiça deve ser definido à priori e é essa a beleza do véu da ignorância. E o Nuno mete realmente a pata na poça quando fala da heterogeneidades dos indivíduos, mas reparem como ele no post a seguir critica (alguma) teoria económica Keynesiana por falta de fundamentos microeconómicos. Que fundamentos são esses? Por acaso não serão aqueles do agente representativo? Espera... Vou pensar... Pois é...É desses que ele fala, engraçado...Muito engraçado, é que tenho alguma dificuldade lógica em perceber heterogeneidades quando falamos de agentes representativos (quem são eles? Se alguém conhecer um agente representativo avise me que eu gostaria de o conhecer). O Nuno critica a hipótese da aversão ao risco (e eu adivinhei que tal pudesse acontecer) o que é no mínimo surreal e contraditório porque a aversão ao risco é um elemente constantemente presente na teoria económica principalmente naquela que o Nuno tanto gosta, a “com fundamentos microeconómicos”. O Nuno tenta a seguir introduzir um raciocínio tirado tipo “copy and paste” dos modelos de Real Business Cyles mas quem lê a explicação dele logo detecta alguma falha grave nesse modelo nomeadamente nos “fundamentos microecnómicos” tão amplamente gabados. Alguém faz oferta de horas de trabalho? Eu penso “hoje trabalho doze horas, amanhã sete horas e meia e depois vinte sete minutos”? Era uma solução perfeitamente plausível segundo o dogma dos “fundamentos microeconómicos”. O problema ao debater alguns problemas económicos surge da mistura de características normativas e positivas (o que não deve acontecer noutra ciência) e também de algumas atitudes clubisticas/dógmaticas como a que o Nuno me pareceu transparecer no seu ultimo post. Na ciência eu não tenho clubes nem dogmas, apenas ideias que me ficam e marcam, o véu da ignorância é uma delas.

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