terça-feira, janeiro 18, 2005
Empresa Maximizadora do Lucro ?
Como sabemos a maioria do tecido empresarial português é constituído por pequenas e médias empresas. Estas têm apresentado prejuízos crónicos durante anos. Isto acontece, devido a incentivos que existem (tanto contabilisticos como financeiros) para o(s) indivíduo(s) detentores da firma maximizarem a sua utilidade através desta (comprando automóveis, pagando telémoveis, no fundo tudo o que permita pagar menos IRC e que não ajude a pagar menos no IRS).
As pequenas e médias empresas não maximizam o lucro, mas sim a utilidade de quem as detém!
Desta forma qual o sentido (ou interesse) de analizar os comportamentos das firmas e individuos com pressupostos microeconómicos que não se verificam?
Desta forma qual o sentido (ou interesse) de analizar os comportamentos das firmas e individuos com pressupostos microeconómicos que não se verificam?
Comments:
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O pressusto base não é o da maximização do lucro. O pressusposto base é exactamente o da maximização da utilidade de quem detém as empresas. A maximização do lucro, tantas vezes apresentado como um pressuposto, não passa de um comportamento derivado do primeiro pressuposto e que é válido em certos (nem todos) os modelos económicos. É geralmente assim apresentado por ser relativamente simples e intuitivo. Por outro lado, a maximização do lucro é algo de menos abstracto do que a maximização da função utilidade (alguém sabe exactamente o que isso é?), pelo que se torna mais fácil de ensinar.
A ler novamente o teu "post", parece-me que estás a confundir o lucro económico com o contabilístico, pelo que a objecção que levantas não me parece tão relevante como eu pensei inicialmente. Isto é só uma opinião, naturalmente...
Não é a intenção, embora admita que a frase entre parênteses "no fundo tudo o que permita pagar menos IRC e que não ajude a pagar menos no IRS" te leve a pensar isso.
A empresa pode ser deficitária do ponto de vista fiscal (logo não paga imposto, IRC) e ter lucros positivos do ponto de vista económico, podendo distribuir dividendos (sendo estes também tributáveis através de impostos sobre rendimento).
O agente vai tentar maximizar a sua utilidade minimizando os impostos que teria de pagar (admitindo que não é sueco)*, passando parte dos seus custos para os custos da empresa, reduzindo o lucro económico desta.
De qualquer modo é bastante mais simples considerar o lucro, tal como muitas outras coisas que temos de fazer para sermos mais operacionais. Em certos casos temos de ter cuidado com simplificações mais gerais.
* a parte do sueco é uma brincadeira para o palma
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A empresa pode ser deficitária do ponto de vista fiscal (logo não paga imposto, IRC) e ter lucros positivos do ponto de vista económico, podendo distribuir dividendos (sendo estes também tributáveis através de impostos sobre rendimento).
O agente vai tentar maximizar a sua utilidade minimizando os impostos que teria de pagar (admitindo que não é sueco)*, passando parte dos seus custos para os custos da empresa, reduzindo o lucro económico desta.
De qualquer modo é bastante mais simples considerar o lucro, tal como muitas outras coisas que temos de fazer para sermos mais operacionais. Em certos casos temos de ter cuidado com simplificações mais gerais.
* a parte do sueco é uma brincadeira para o palma
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