terça-feira, janeiro 18, 2005

 

Momento ISEG I - Quando o vinho viola o modelo

Aconteceu me a mim pah! É verdade. Numa aula de introdução à microeconomia no já distante primeiro ano o grande Zorro explica as utilidades marginais decrescentes fazendo um gráfico todo bonito (usando o exemplo dos copos de água) no quadro quando do meio do anfiteatro um aluno (e amigo nosso) pergunta "e se forem copos de vinho?". O professor virou-se, olhou para nós (tinha sido uma pergunta anónima) e disse com ar absorto "realmente se forem copos de vinho..." e na verdade não conseguiu responder.
Mas se pensarem bem o nosso colega tem razão, nos copos de vinho (e na cerveja o mesmo) a utilidade marginal dos primeiros copos não é la grande coisa, so depois de alguns é que aquilo "bate" e isto é mais verdade para quando eramos adolescentes e ninguem gostava das primeiras três cervejas (a quarta já não tinha sabor) e acreditavamos que ninguém gostava de cerveja mas já que toda a gente bebia nós tambem o tinhamos de fazer (será a adolescencia a base da racionalidade limitada?!).

Comments:
Basta pensares numa função de utilidades marginais quadrática. É crescente até certo ponto e decrescente a partir daí. Isto porque as tantas sentes-te nauseado ou inconsciente e já não tens nenhum beneficio marginal em consumir mais.
 
Penso que este post foca dois aspectos diferentes.

O primeiro está relacionado com aqs utilidades marginais decrescentes. Isso não está relacionado com a racionalidade ou não dos agentes, mas sim com a forma da sua funcão utilidade (se é que esta existe). Mais genericamente, está relacionado com o tipo de preferências.

Essa de os nossos gostos actuais serem influenciados por experiências passadas, que, como muito bem dizes, será o caso da cerveja em que precisamos de uns meses de treino até começarmos verdadeiramente a gostar também já está contemplado em muito modelos económicos, incluindo modelos de RBC. Costumam ser designados de modelos de "habit formation". Também não parece que tenha nada de irracional.
 
Caros amigos,
Eu cá por mim mando-vos sim beber umas cervejas ou um copos de vinho para ver se se animam e se se deixam de tentar aprofundar toda e qualquer teoria económica. Só faltava agora tentar (e sim eu estive nessa aula) perceber a lógica microeconómica de beber ou não copos de cerveja. Cerveja e vinho bebe-se porque sim e pronto!!! Para-se quando calha e "mai nada"!!!
Um abraço
Boavida
 
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