quinta-feira, janeiro 06, 2005

 

A vida de Zé

O Zé nasceu após uma gravidez de nove meses e com um peso de 3,4 kg. Os dados não parecem ser nada de anormais aliás são a média o que revela o que será a vida de Zé. O Zé tornou-se no primeiro agente representativo portugûes. Aprendeu a fazer Lagrangeanas(método matemático de maximização) com quatro anos, aos seis era ele que ia as compras para casa pois conseguia maximizar muito melhor que o pai que pensava que o cabaz óptimo era de quatro pacotes de leite, três quilos de fruta e dois de pão o que era errado pois o Zé sabia que se trocasse um quilo de pão por um pacote de leite e um quilo de tangerinas maximizava a utilidade da familia! O erro do pai é compreensivel pois ficou-se por Marshall enquanto que o Zé já maximizava segundo Arrow e Debreu. A vida de Zé continuava embora que com alguns problemas, já no segundo ciclo aprendeu o modelo de Ramsey e deparou-se com alguns problemas na substituição trabalho-lazer pois os professores não compreendiam quando ele saia da aula a meio (nesse dia o montante de trabalho óptimo era 27 minutos) ou quando queria ficar na escola depois desta fechar(dias em que o trabalho óptimo era de 9 horas e quarenta minutos). A vida de Zé complicou-se o que prova que a vida de um agente representativo e que maximiza a utilidade não é facil, mas as grandes complicações chegaram nos exames nacionais do 12º Ano onde o Zé teve um 7 no exame nacional de matemática(que é evidentemente a média nacional), assim o Zé não conseguiu entrar no ISEG (pronto a história já foi há uns anos...) assim o Zé que se portava segundo as teorias económicas que conhecia, que maximizava, que fazia trocas, usava a equivalencia ricardiana foi travado. Ele era uma "média", é a injusta vida de ser um agente representativo...

Comments:
Hansen, em 1985, lidou com a questão do trabalho indivisível. Eu próprio, em todos os meus modelos de RBC assumo sempre a indivisibilade de trabalho de Hansen. Ou seja a decisão é trabalhar ou não trabalhar e não quanto tempo trabalhar. Digo isto porque vos vejo sempre a insistir nesta tecla, como se isto fosse algo de essencial na teoria neo-clássica de ciclos económicos. Não é o caso.
 
Texto muito bom, devo-te os parabens.

Quanto ao comentário do luis, devo admitir que desconhecia essa possibilidade mas mesmo assim acredito que existe rigidez suficiente no mercado tal que um individuo não tenha uma total liberdade de escolha mesmo a esse nível.
Seja devido a situações contractuais, a penalizações do mercado de trabalho de inactividade do trabalho etc. A verdade é que não acredito muito no "desemprego voluntário" (pelo menos como parte relevante do desemprego total). Da mesma forma não acredito que todos aqueles que desejam trabalhar o façam.
De qualquer forma é uma hipótese mais elegante e mais próxima da realidade.
 
For completeness, aqui vai a referência completa:
Hansen, G., 1985. "Indivisible labour and the business cycle", Journal of Monetary Economics vol. 16, pags. 309–325.
 
Agradeço, com certeza irei ler.
 
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